A fotografia como um mecanismo de redescoberta e como detox emocional

A fotografia como um mecanismo de redescoberta e como detox emocional

sexta-feira, dezembro 1

 

Diz o meu Facebook que corria 2011 quando posei pela primeira vez em frente a uma câmera fotográfica, levando isto da fotografia a sério. Sou péssima com números, é um facto. Só sei que para mim já foi há muito tempo. Mas sei que encarava pela primeira vez a fotografia como uma terapia para mim. Como um mecanismo de descoberta da minha essência e como uma tentativa de recuperação da minha auto-estima. Hoje, olhando para esses tempos e tentando recriar na minha memória tudo o que se passou por lá, sorrio quando regresso a esta foto. Porque ela ditava o começo de algo bom: eu queria viver. Queria voltar a mim e queria (mesmo) redescobrir-me. Queria mesmo recuperar a minha auto-estima e aprender (novamente) a gostar de mim. Queria ignorar o facto de ouvir os médicos dizerem que a depressão é doença para caminhar connosco a vida toda. Porque não tinha como. Não tinha como lhe dar a mão e deixar que me roubasse de mim. Deixar que "ela", esse bicho-papão nas bocas do mundo, me roubasse a vontade de viver.

Corria 2010 ou 2011 (não sei precisar, mas aponto mais para o primeiro) quando fui para Coimbra fazer um curso de modelo. Sabem aqueles cursos que andam por aí a vender e que prometem às miúdas que vão ser modelos de passarela? Foi isso mesmo. Eu também era ingénua. E também caí nisso. Mas este curso trouxe-me algo de bom. Pousava pela primeira vez em frente a uma câmera com a certeza de que havia de ganhar a batalha contra esse bicho-papão que morava em mim. E este é o primeiro passo. Reconhecer que há uma batalha a ganhar. Pedir ajuda, mas sobretudo, querer sair desse poço sem fundo. E eu queria sair. E saí.

E é aqui que começa a minha história com a fotografia. Foi a ela que mais tarde retornei - com a sessão que fiz com o magnífico Luís Azevedo - em 2012. Usei a fotografia como um mecanismo de realce da minha beleza, entregando-me de corpo, alma e coração como se o fizesse há anos, com a promessa de que iria reaprender a gostar de mim. Com a certeza de que voltaria a encontrar-me, a enaltecer-me, a descobrir a minha luz e a pérola que vive no meu interior. O meu propósito, os meus valores, as minhas paixões. E com a certeza de que me iria agarrar à vida.

Seguiram-me muitos outros projetos fotográficos, porque passei a sentir-me bem a ser fotografada e descobri um talento em mim que até então desconhecia.
Hoje, 5 anos depois, faço-o com uma naturalidade que me apazigua a alma e o coração e faço-o por paixão. Não sou modelo fotográfico, nem quero ser. Não sou modelo de passarela, nem quero ser. Quero apenas divertir-me explorando o que me faz feliz. Quero apenas passar bons momentos para mais tarde recordar. Quero apenas aproveitar o momento, a cada clique.
E assim surge o Projeto "Desperta a Tua Luz". Da minha vontade de ajudar outras mulheres a superar momentos difíceis, na expectativa de usar a fotografia como um detox emocional, como um boost na auto-estima. Este é sobretudo um projeto de superação pessoal, de aceitação, que eleva o ânimo, o ego e a confiança. É um chamamento para despertarmos a luz, a pérola que vive no nosso interior. E, além disso, é uma forma super divertida de passar bons momentos com três mulheres que têm um interesse em comum: ajudar mulheres a enaltecer a sua beleza e a despertarem a pérola que vive no seu interior. Porque há uma pérola dentro de cada uma de nós, acredita.

Um beijinho quentinho no coração, já que faz frio lá fora. 

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