"Missão" de apoio às vítimas dos incêndios que abalaram Portugal
quarta-feira, outubro 25
Portugal vestido de negro
Regressámos na segunda-feira, ao final do dia, da nossa missão. Foi intenso e, embora tenhamos voltado com a sensação de que cumprimos os nossos objetivos e com a certeza que demos o nosso melhor, deixámos por lá um bocado dos nossos corações e trouxemos connosco a angústia que se vive pelo nosso Portugal. Portugal está muito mais pobre: vestido de negro e de cinza, de lágrimas e lamúrias.
Quando as imagens valem mesmo mais do que mil palavras
Confesso que estou sem palavras. Conseguimos. Sim, conseguimos, mas ainda não consegui voltar a mim. Sim, fizemos a diferença nestes míseros quatro dias. Quatro dias em que fizemos chegar todos os bens a dezenas de famílias, quatro dias de aperto no peito.
Graças ao apelo do Pedro e do Tiago, a todo o esforço depositado pela equipa da Right Buddy e a todos vocês, que acreditaram em nós e moveram mundos e fundos para fazer chegar algum tipo de ajuda, partiram de Lisboa 7 carros e carrinhas cheias em direção ao Centro/Norte de Portugal, dividindo-se depois pelos concelhos e aldeias da Lousã, Serpins, Pampilhosa da Serra, Arganil, Oliveira do Hospital, Tábua, Nelas, Gouveia, Mortágua e Tondela. Falámos com várias pessoas à procura de encontrar quem realmente precisava de ajuda e fizemos chegar essa ajuda à porta de quem mais sofreu. Procurámos distribuir abraços, entregar os bens em mãos, prestar apoio a quem dele precisava, inclusive animais.
Obrigada, em nome de todos os que perderam as suas casas, em nome de todas as vidas perdidas, em nome de todos os voluntários
Quero agradecer novamente ao Pedro e ao Tiago por terem lançado o apelo (acho que lhes vou ficar grata para sempre), à AE da Eshte, à Associação Académica de Lisboa, à Academia Os Músicos, à Hotpot Yoga, à Escola Secundária Leal da Câmara, à Universidade Católica de Lisboa, à Basementoring, à Loja Mint for Kids, ao 2b Fit, ao Vivência Explosiva, à Gap Year, à Endless Wakecamp que nos emprestou a nossa "nave", a TODOS os que nos entregaram bens e em especial à equipa de voluntários que arregaçou as mangas e foi connosco para o terreno. Quero agradecer à Susana, por todo o apoio que nos foi dando, indicando-nos quem mais precisava e ao Francisco, à Ana e às auxiliares veterinárias de Barcelona, nos fizeram sentir mais capazes, na hora de prestar curativos a animais queimados. Graças a eles demos apoio ao Jolly e à égua do Sr. António Marques, que se encontravam numa casa que ardeu por completo. Quero agradecer à equipa de voluntários de Gouveia, que nos acolheu com o coração aberto, à D. Margarida da Casa do Povo de Vila Cova de Alva pela hospitalidade, à Tânia, ao Steph e à Rafa, por nos acompanharem nesta jornada e nos darem alojamento. Quero agradecer à Sofia, por ser a minha companheira de todas as horas, a minha conselheira e aquela que me chama à razão quando o meu coração quer fraquejar. Quero agradecer ao Augusto por ter ficado connosco até ao fim sem vacilar, à Xana, à Margarida Aires, à Lídia, à Joana Duarte, à Margarida Gomes, por unirem os seus corações ao meu. Quero agradecer a todos os que nos apoiaram de perto, de longe, através das redes sociais. Quero agradecer todas as mensagens de carinho, toda a força. Tudo.
É hora de agir
Agora é hora de meter mãos à obra. Reconstruir a nossa floresta e as terras, dar apoio contínuo aos animais, apoio psicológico às pessoas que perderam tudo. Os postos de acolhimento pedem agora picaretas e materiais de reconstrução, móveis e electrodomésticos, feno e alimentação para animais de pasto e para animais selvagens.
Regressámos na segunda-feira, ao final do dia, da nossa missão. Foi intenso e, embora tenhamos voltado com a sensação de que cumprimos os nossos objetivos e com a certeza que demos o nosso melhor, deixámos por lá um bocado dos nossos corações e trouxemos connosco a angústia que se vive pelo nosso Portugal. Portugal está muito mais pobre: vestido de negro e de cinza, de lágrimas e lamúrias.
Imagem do Pedro Almeida |
Quando as imagens valem mesmo mais do que mil palavras
Confesso que estou sem palavras. Conseguimos. Sim, conseguimos, mas ainda não consegui voltar a mim. Sim, fizemos a diferença nestes míseros quatro dias. Quatro dias em que fizemos chegar todos os bens a dezenas de famílias, quatro dias de aperto no peito.
Graças ao apelo do Pedro e do Tiago, a todo o esforço depositado pela equipa da Right Buddy e a todos vocês, que acreditaram em nós e moveram mundos e fundos para fazer chegar algum tipo de ajuda, partiram de Lisboa 7 carros e carrinhas cheias em direção ao Centro/Norte de Portugal, dividindo-se depois pelos concelhos e aldeias da Lousã, Serpins, Pampilhosa da Serra, Arganil, Oliveira do Hospital, Tábua, Nelas, Gouveia, Mortágua e Tondela. Falámos com várias pessoas à procura de encontrar quem realmente precisava de ajuda e fizemos chegar essa ajuda à porta de quem mais sofreu. Procurámos distribuir abraços, entregar os bens em mãos, prestar apoio a quem dele precisava, inclusive animais.
Obrigada, em nome de todos os que perderam as suas casas, em nome de todas as vidas perdidas, em nome de todos os voluntários
Quero agradecer novamente ao Pedro e ao Tiago por terem lançado o apelo (acho que lhes vou ficar grata para sempre), à AE da Eshte, à Associação Académica de Lisboa, à Academia Os Músicos, à Hotpot Yoga, à Escola Secundária Leal da Câmara, à Universidade Católica de Lisboa, à Basementoring, à Loja Mint for Kids, ao 2b Fit, ao Vivência Explosiva, à Gap Year, à Endless Wakecamp que nos emprestou a nossa "nave", a TODOS os que nos entregaram bens e em especial à equipa de voluntários que arregaçou as mangas e foi connosco para o terreno. Quero agradecer à Susana, por todo o apoio que nos foi dando, indicando-nos quem mais precisava e ao Francisco, à Ana e às auxiliares veterinárias de Barcelona, nos fizeram sentir mais capazes, na hora de prestar curativos a animais queimados. Graças a eles demos apoio ao Jolly e à égua do Sr. António Marques, que se encontravam numa casa que ardeu por completo. Quero agradecer à equipa de voluntários de Gouveia, que nos acolheu com o coração aberto, à D. Margarida da Casa do Povo de Vila Cova de Alva pela hospitalidade, à Tânia, ao Steph e à Rafa, por nos acompanharem nesta jornada e nos darem alojamento. Quero agradecer à Sofia, por ser a minha companheira de todas as horas, a minha conselheira e aquela que me chama à razão quando o meu coração quer fraquejar. Quero agradecer ao Augusto por ter ficado connosco até ao fim sem vacilar, à Xana, à Margarida Aires, à Lídia, à Joana Duarte, à Margarida Gomes, por unirem os seus corações ao meu. Quero agradecer a todos os que nos apoiaram de perto, de longe, através das redes sociais. Quero agradecer todas as mensagens de carinho, toda a força. Tudo.
É hora de agir
Agora é hora de meter mãos à obra. Reconstruir a nossa floresta e as terras, dar apoio contínuo aos animais, apoio psicológico às pessoas que perderam tudo. Os postos de acolhimento pedem agora picaretas e materiais de reconstrução, móveis e electrodomésticos, feno e alimentação para animais de pasto e para animais selvagens.
Pensa. Repensa. Quanto vale a tua vida? O que tens feito para melhorar a vida dos teus?
São estas situações que nos colocam fora da nossa zona de conforto que nos levam a pensar no sentido da vida, a dar valor ao que temos, a descobrir o nosso caminho, a nossa missão no mundo. A minha será sempre ajudar o próximo, fazer as pessoas felizes e impactar o mundo. Porque acredito que torná-lo num lugar melhor só depende de nós.
Por agora, preciso de me recompor. Digerir tudo isto, guardar na memória estas imagens e tentar lembrar-me do impacto positivo disto. Porque, ainda assim, sentimo-nos impotentes. Sim. Não inúteis mas impotentes. Porque haveria muito mais a fazer e o momento de agir É AGORA. Cuida. Cuida de ti. Cuida dos teus. Cuida do próximo. Cuida do planeta. Cuida de nós.
São estas situações que nos colocam fora da nossa zona de conforto que nos levam a pensar no sentido da vida, a dar valor ao que temos, a descobrir o nosso caminho, a nossa missão no mundo. A minha será sempre ajudar o próximo, fazer as pessoas felizes e impactar o mundo. Porque acredito que torná-lo num lugar melhor só depende de nós.
Por agora, preciso de me recompor. Digerir tudo isto, guardar na memória estas imagens e tentar lembrar-me do impacto positivo disto. Porque, ainda assim, sentimo-nos impotentes. Sim. Não inúteis mas impotentes. Porque haveria muito mais a fazer e o momento de agir É AGORA. Cuida. Cuida de ti. Cuida dos teus. Cuida do próximo. Cuida do planeta. Cuida de nós.