Hoje trago-vos um post bastante pessoal. É sobre a minha Dory. E não, não é um peixe, qual À Procura de Nemo ou, mais recentemente, À Procura de Dory. É mesmo a minha gata, a felina cá de casa.
A chegada da Dory
A Dory entrou nas nossas vidas quando decidimos que o Baltasar, o nosso gatão, devia ter uma mana. E assim foi. A minha querida amiga Raquel arranjou-me uma miau bebé para fazer companhia ao Baltasar. Mas precisamente no dia anterior ao dia em que a Dory chegou, o Baltasar desapareceu. Uma trovoada gigante levou-nos (para sempre) o nosso Baltasar.
A Dory chegou bem bebézinha cá a casa e sempre foi uma gata super mimada e muito dada. Adora estar ao sol, adora mimos e é mesmo uma ternura de gata e super inteligente, daqueles que só lhes falta mesmo falar (serão todos?)
A chegada do amiguinho da Dory
Certo dia, resolvi trazer um bebé de uma colónia que nascera na rua para dar a um cliente lá do meu trabalho. Mas o Sr. Fernando teve de se ausentar para o Brasil 2 meses em negócios e ficámos com o Lazo aka Amarelinho (como a minha mãe o batizou) cá em casa. Ao princípio a Dory não lhe passava cartão: era só um bebé meio insignificante por aqui. Mas com o passar do tempo, esse bebé insignificante foi-se tornando o melhor amigo da Dory. Dormiam juntos e era um reboliço todas as manhãs com aqueles dois a brincar.
A partida do Amarelinho
Até que chegou a hora do Amarelinho voltar para o dono. Receávamos que ele estranhasse voltar à sua casa (onde ainda tinha estado menos tempo que na minha) e que não se adaptasse. Mas nunca pensámos sequer no contrário. O Amarelinho adaptou-se bem, reconheceu o cheiro do seu dono e, apesar de continuar a acanhar-se sempre que vê um estranho (tal não era a pancada que lhe deviam dar na rua) passa horas a fio deitado no colinho do seu dono.
A depresão da Dory
O pior aconteceu. O feitiço virou-se contra o feiticeiro, arriscaria dizer. A Dory começou a ficar um tanto ou quanto apática, se é que o termo faz sequer sentido aqui. A Dory que adorava estar ao sol, brincar e comer recusava-se agora a comer e a sair do sótão.
A decisão
Não conseguíamos ver a Dory assim. Aliás, não conseguimos ver a Dory assim. E, como tal, decidimos adoptar um novo bebé, macho, para fazer companhia à nossa Dory. Conseguem adivinhar o nome? Nemo, é verdade. O nosso Nemo chegou ontem e a Dory bufou-lhe, recusou-se a sair do sótão e a olhar para ele. Já a nossa Aurora, fez as delícias do bebé e acolheu-o como ninguém.
O dilema
Acreditamos que a Dory pensa que o Amarelinho era o seu filho, como o criou. E está mais do que provado que os animais podem desenvolver estados de gravidez psicológica e que podem inclusive entrar em depressão, por razões várias. E eu já experienciei isso muitas vezes num canil, quando as pessoas lá largam um animal sem sequer pensar se ele vai ficar bem. Mas quem diria que a Dory, a gata mais sortuda do mundo, iria ficar depressiva?
A pergunta:
A pergunta pode ser para vocês mas é sobretudo para a Dory, pudesse ela responder-nos:
Dory, vais ficar bem? Vais voltar a comer e vais acarinhar o mano como ele merece?
Acreditamos vivamente que sim. Mas fica bem rápido, por favor.