Kéké

Belvedere - Grande Real Villa Itália - Cascais

segunda-feira, junho 11

Belvedere Ristorante - O italiano-rei em Cascais

Visualizem este quadro perfeito: um restaurante italiano sofisticado dentro de um hotel de 5 estrelas e uma esplanada com vista sobre o mar de Cascais, refrescante, como se quer. Um serviço de mesa atencioso, discreto e irrepreensível e pratos de autor delicados, pensados e decorados ao pormenor e de uma confeção de excelência. Uma experiência gastronómica, para mim e mais três seres que moram no meu coração, onde a quietude e o aconchego foram os trunfos da noite.

Como esta experiência se queria demorada, à nossa mesa chegaram o carpaccio de novilho com rúcula, parmesão e pesto, os camarões salteados com malagueta e azeite de alho e ainda as lulas fritas com molho de ervas, alho e limão. Já tínhamos aconchegado o estômago com os cocktails e pedíamos também a bela da sangria para acompanhar a refeição.

As nossas seleções para aquela noite, gourmet como dita a regra de um restaurante de hotel de luxo, prometiam levar-nos numa viagem aos sentidos e continuar assim, aquilo que se viria a revelar como uma experiência verdadeiramente inesquecível. E assim escolhemos dois Risotos do mar,

um Tagliatelle “nero di seppia” com amêijoas e mexilhões em molho de tomate assado e ainda

Saltimbocca com beringela à Parmegiana.

Para rematar esta divina refeição, não poderia faltar o toque doce e afetuoso de um tiramisù e de uma torta caprese, acompanhados de uma seleção de gelados artesanais para contrastar.
Ora vejam lá se não vos cresce água na boca!

Agora diz-me tu, leitor, se não ficas com uma vontade imensa de conhecer aquele que, arriscaria dizer, é o italiano-rei das redondezas. A ti, Belvedere, obrigada por me teres levado até Itália novamente e me teres aquecido (um bocadinho mais) o coração.

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Os playsuits que podiam morar lá em casa

quinta-feira, junho 7

Este podia ser um post feito em tom de súplica para ver se o sol chega logo. Mas é um bocadinho mais do que isso. Aproxima-se o Verão e a minha vontade de encher o meu closet de jumpsuits, playsuits, macacões e macaquinhos (ou o que mais lhes queiram chamar) aumenta, dia após dia.
Porquê? Primeiro, porque são práticos. Depois, porque realçam qualquer corpinho e, por fim, porque são fofos como tudo. E é precisamente por isso que hoje quero partilhar convosco os meus crushes para a estação que se aproxima. Ora digam-me lá se não é razão para se perderem de amores e se não vos dá uma vontade imensa os ter pendurados lá por casa.

Overlap Romper

Striped Romper

Bowknot Romper

Striped Criss Cross Romper

Sunflower Romper

Cute Cami Romper

Chega logo Verão, estamos à tua espera. Queremos estes playsuits no nosso closet para ontem.

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Saikō - Estoril

quarta-feira, maio 30

Saikō, o regresso do rei do sushi de fusão

Se em Dezembro de 2017 vos dizia (aqui) que queria muito voltar ao Saikö em 2018, confesso que não esperava que fosse ao do Estoril. Mas foi. E desta vez foi ao almoço, numa das minhas zonas favoritas dos arredores da nossa Lisboa.

Entradas? Com certeza.

Gyosas para começar, caminhavam lado a lado com a melhora tempura de camarão que comemos até então. Decorado a rigor, com os temperos bem no ponto, este foi, sem dúvida, um dos pratos-maravilha deste almoço-rei.

Gunkans + Hot Sushi = Dupla-maravilha

Desta vez confesso que as nossas escolhas recaíram mais para o hot sushi e para os gunkans: Gunkan Ebi, Gunkan Especial Fire, Hot Especial Saikö, Hot Praw e Hot Uramaki foram as estrelas deste nosso almoço a dois, pelo Estoril.

Sangria e cheesecake de caramelo para terminar

A sangria já é a nossa melhor amiga nestes almoços e jantares a dois e, desta vez, a sobremesa-rainha da casa foi o cheesecake. Que veio fechar em beleza toda viagem pelos sentidos.

O espaço, esse veste-se a rigor e a decoração é pensada ao pormenor, mas mais descontraída que a do Campo Pequeno, para contrastar com a zona enigmática e requintada que o Estoril representa.

E que experiência, novamente, Saikō. És, sem dúvida, o meu espaço de sushi favorito.

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O álbum fotográfico mais fofo do mundo e as melhores panquecas

quarta-feira, maio 23

Para que metas de uma vez por todas na tua cabeça que domingo é quando a gente quiser. Para que te valorizes e acredites no potencial que vive dentro de ti. Mesmo que para isso tenhas de te olhar ao espelho todos os dias. Mesmo que para isso tenhas de fazer um álbum fotográfico para te recordar que o que vive no teu interior é tão mas tão mais forte que toda e qualquer crítica. Deixa ser. Deixa viver. Quando chegar a hora de cuidar da tua vida, mais ninguém vai cuidar senão tu. Por isso deixa-os falar. És muito mais do que pensas.

o álbum fotográfico mais fofo do mundo

Tenho de vos dizer que estou ma-ra-vi-lha-da com este álbum. Eu e todo o mundo cá em casa. A Saal Digital veio colorir os meus e fazer-me recordar, diariamente, os momentos fantásticos que passei em 2017/2018. Que ano e que fotografias bonitas! E que papel de impressão igualmente bonito, Saal. Por tudo isso, pelo customer service exemplar e pela entrega rápida e sem quaisquer complicações. O álbum é UM VERDADEIRO AMOR. Prometo ir-vos mostrando fotos dele (incluindo a capa e a contracapa) no meu Instagram. Obrigada, Saal.

as melhores panquecas

a receita

Ingredientes:

(para 5 panquecas)

75gr de farinha de aveia
75gr de farinha branca
2 colheres de sopa de açúcar amarelo
1 ovo ou 1 "ovo" de linhaça

1 chávena de sumo de manga, maçã e laranja da So Natural

100ml de leite vegetal
manteiga vegetal para untar
toppings a gosto

Processo:

Numa taça, bate ligeiramente os ovos ou prepara os "ovos" de linhaça, envolvendo bem. De seguida mistura o leite. Junta as farinhas, o açúcar e o sumo e bate tudo com a batedeira.
Aquece uma frigideira em lume médio e unta com manteiga vegetal. Verte uma concha do preparado no centro da frigideira de forma a fazer uma panqueca. Deixa cozinhar até começarem a surgir "borbulhinhas" e depois vira a panqueca. Repete o processo até terminares a massa e serve com o teu topping favorito. Eu cá usei chocolate negro derretido.

Et voilà, as melhores panquecas a acompanhar o álbum fotográfico mais fofo do mundo ❤

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Brunch Japonês? Pois, com certeza!

segunda-feira, maio 14

Yakuza First Floor

Há dias contava-vos a minha experiência magnífica no espaço-rei que subiu ao pódio dos meus restaurantes japoneses favoritos (o Yakuza com certeza). E claro que quando soube que o Yakuza tinha agora um brunch japonês, os meus olhinhos brilharam e soube que tinha que o experimentar. E assim foi.

Brunch Japonês? Pois, com certeza!

O espaço já eu vos descrevi: podia morar facilmente naquele lugar. Agora num ambiente mais descontraído, mas mantendo o atendimento de excelência, o Brunch Japonês do Yakuza apresenta-nos muitas das iguarias que também podemos encontrar no menu de jantar, como os aclamados tacos, por exemplo. Desde os gunkans, ao sashimi, ou mesmo às sobremesas, estas em versão miniatura, é possível desfrutar de uma imensa variedade de peças japonesas, mas não só. Neste brunch japonês é possível experimentar os mini hambúrgueres de wagyu e há ainda à disposição pratos que de japoneses nada têm. Confesso que esses não provei, porque o sushi por si só enche-me as medidas!

Era só isto, todos os domingos.

É buffet e serve-se aos domingos, em dois turnos : o primeiro começa às 12h30 e o segundo às 14h30. Desta vez não ficámos no salão principal, ficámos na outra sala, também ela com uma decoração espetacular, mas bastante diferente.

E estes cones? Só pelas cores, dá vontade de dar uma dentadinha, não?

Já podemos voltar?

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Wannabe Photographer // Eurovision Song Contest

quarta-feira, maio 9

Se quando inaugurámos a Right Buddy me dissessem que, 7 meses depois, estaria a fotografar a Eurovisão, que seria convidada para ser oradora e organizadora mundial da maior conferência sobre falhanço e ainda para pertencer à Comissão de Eventos da FME da CPLP, não acreditaria.
7 meses pode parecer pouco tempo. E é.
7 meses pode parecer muito tempo. E é também.

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Pedras no caminho? Guardo-as todas. Um dia vou construir um castelo

sexta-feira, maio 4

Aprende a viver com a inveja. Aprende a aceitar que vão sempre haver pessoas tóxicas, pessoas sem princípios ou bom senso. Aprende a dizer que não, mesmo quando automaticamente dirias "talvez". Apanha todas as pedrinhas que vão deixando no teu caminho e guarda-as bem. Um dia vais construir um castelo. E nele só deixarás entrar quem fez por merecer. Há espaço no mundo para todos, é um facto. Mas tens de te mentalizar que na tua vida não pode haver espaço para todos.

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K.O.B by Olivier - Avenida da Liberdade

quinta-feira, abril 26

K.O.B by Olivier

Este post podia muito bem começar assim: Como fazer com que se lembrem de ti quando vais jantar fora? Vais ao K.O.B e pedes bacalhau. Mas vamos lá manter a classe, que é para isso que aqui estou hoje (mas não é que há bacalhau na carta e que nós quisemos, também, prová-lo?). Falo-vos de um espaço que dispensa apresentações - principalmente para os amantes de carne - mas que é uma verdadeira viagem aos sentidos. A decoração do espaço, idealizada pela proprietária Ewa Kubik, apresenta-se moderna e logo nos desperta para o que estará para vir.
Senhoras e senhores, meninos e meninas, este é O Restaurante Rei das Carnes Maturadas (e não só).

Apurem os sentidos, vamos começar.

Para começar, provámos o camarão à "La Guilho", o chouriço picante, o folhado de queijo de cabra, ovos rotos com farinheira e ainda o salmão gravlax. Para os amantes de carne, os ovos com farinheira e o chouriço picante são duas das iguarias que não poderão dispensar, sendo, também elas, recomendadas pelo staff. Irrepreensíveis. Para beber, optámos pela sangria de frutos vermelhos, daquelas docinhas, que enganam bem.

Ir ao K.O.B e não provar o Wagyu é como ir a Roma e não ver o Papa. Ups.

Nem só de bacalhau se fez o nosso jantar - não se assustem - que por sinal estava delicioso. Acompanhado com grelos e batata a murro e pedimos ainda uma salada de tomate com queijo de cabra. A carne: picanha Black Angus, Vazia Wagyu e ainda os secretos. O ponto é médio-mal e a qualidade da carne aqui é de outra categoria. Os secretos, ainda assim, foram os preferidos de todos. No K.O.B é possível provar desde os bifes nacionais “Black Angus”, com 35 dias de maturação, ao famoso bife da vazia “Wagyu”, proveniente do Japão e considerado um dos melhores do mundo.

Espaço para as sobremesas?

Pois claro. O petit gâteau de chocolate com gelado de baunilha e o de caramelo com sorbet de limão fecharam a chave de ouro esta nossa experiência divinal por mais uma das casas do Chef Olivier. E eu tenho de vos confessar que podia muito bem passar por aqui todas as semanas, só para me apaixonar novamente por todo o enredo que nos foi proporcionado.

Um brinde a ti, K.O.B.

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Crepe vegan com topping de chocolate branco

segunda-feira, abril 23

Como fã incondicional que sou de crepes, waffles e panquecas, chegou, por fim, o momento de vos trazer uma receita de crepes com ingredientes um pouco mais saudáveis. Confesso que prefiro sempre as panquecas ou waffles aos crepes, porque acho mais difícil que os crepes saiam perfeitinhos, mas não é que estes ficaram fofinhos e bem apetitosos?

Crepes (um bocadinho) mais saudáveis para gulosos como eu

A receita

Ingredientes:

125 gr de farinha de aveia ou de trigo integral (usei esta última)
1 ovo ou 1 "ovo" de linhaça
sal q.b
leite de aveia 150ml1/2 chávena de sumo de manga, maçã e laranja da So Natural

1 colher de chá de canela

Para o topping:
chocolate branco bio sem glúten vegan (usei um da marca Frankonia, que se encontra no Celeiro ou no El Corte Inglés)

Para o gelado:
gelado de chocolate bio e vegan (usei um da BioVegan)
Como fazer:
Mistura 150ml de bebida de soja bem frio (ou outro leite vegetal) e 100ml de creme de soja frio (ou outro creme vegetal, para substituir as natas) num recipiente e utiliza uma batedeira a uma velocidade média durante 30 segundos. Adiciona o conteúdo do pacote ao preparado e bate novamente até obteres uma massa fina e cremosa. Coloca num recipiente adequado e leva ao congelador cerca de 6h.

Processo para os crepes:

Coloca todos os ingredientes no copo da batedeira e mistura muito bem.
Aquece uma frigideira de tamanho médio até ficar quente mas sem deitar fumo. Unta-a ligeiramente com creme vegetal ou com óleo de coco.
Coloca cerca de 2 colheres de sopa do preparado na frigideira, até cobrires o fundo com uma camada fina. Deixa cozer, solta o crepe e vira-o.
Deixa alourar, retira e vai repetindo o processo.
Enrola ou dobra os crepes et voilà! É só colocar o chocolate branco por cima e acrescentar a bola de gelado e já podes desfrutar de uma gulodice.

Porque nós merecemos ❤

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Não precisas de uma coroa mais pequena, precisas de um homem com mãos maiores

sexta-feira, abril 20

Tu não precisas de uma coroa mais pequena, precisas de um homem com mãos maiores.
Precisas de alguém que te tire o fôlego, alguém que te faça aprender a viver sem, alguém que te acrescente em todas as áreas da tua vida e que caminhe lado a lado contigo.

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Olivier Avenida - Avenida da Liberdade

quarta-feira, abril 11

Olivier Avenida

Conhecido pela “Attitude Cuisine” e por ser "a casa do Olivier", o Olivier Avenida, situado no AVANI Avenida Liberdade Lisbon Hotel (antigo Hotel Tivoli Jardim), é o espaço mais antigo de Olivier da Costa. Um espaço requintado onde a cozinha mediterrânica reina e cada prato é apresentado com o maior carinho e cuidado, como se de uma obra de arte se tratasse.

Cozinha de autor com um toque caseiro? Com certeza.

Desde o momento em que se entra na casa onde o Chef Olivier passa parte dos seus dias até ao momento em que voltamos a sair, o sentimento é constante: o atendimento é muito delicado, mas é bastante simpático e o ambiente que por lá se sente assim que a casa enche (e não demora) faz-nos querer demorar-nos ali. É quase como se estivéssemos em casa, com aquela música de fundo acolhedora e depois o toque romântico que se sente ao olhar para o papel de parede florido e as andorinhas de loiça no teto. O renovado Olivier Avenida apresenta, agora, uma cozinha de autor com um toque caseiro e opções mais viradas para a partilha.

Começamos?

Como já é tradição minha nos espaços do Olivier, há sangria (esta de frutos vermelhos) para começar. No Avenida o couvert é logo imenso e cheio de cor, composto por hummus, queijo com salmão fumado (entre outras iguarias), acompanhados de pães vários e broa (um amor meu de longa data).
Quanto às entradas, escolhemos o já tão aclamado carpaccio de novilho (não para mim), o salmão marinado e o folhado de queijo de cabra com mel e nozes.

Os pratos principais eleitos (segundo recomendação do staff) foram a Picanha Wagyu acompanhada com Linguini com molho de trufa (para ele) e as Vieiras gratinadas com trufa, acompanhadas de puré de batata com trufa negra. Tudo divinal, com sabores que combinam na perfeição e pratos apresentados da forma requintada que o próprio Olivier já nos habituou.

Terminamos com a melhor parte?

Para mim a melhor parte é sempre a sobremesa. É, geralmente, a primeira coisa para a qual olho na carta e que escolho de imediato (mesmo que no final já não haja espaço para tal, arranja-me sempre, não é?). Desta vez, sabia perfeitamente que o petit gateau de chocolate tinha de fazer parte. E assim foi. Lá veio ele, o arrebatador de corações, lado a lado com um crème brûlée de baunilha bourbon, que casou na perfeição com o sabor irresistível do chocolate.

E tu? Já conheces a "casa" do Olivier? Esta casa requintada, acolhedora e romântica no coração da nossa Lisboa.

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Para que encontres sempre a tua felicidade nas pequenas coisas

terça-feira, abril 3

Hoje volto a escrever para ti, mulher. Tu que levas os teus dias a sofrer em silêncio porque estás onde não queres estar. Ou porque atingiste aquela monotonia que não te pertence mas continuas aí presa porque tens medo. Tu que tens asas, mas achas que não sabes voar ou não queres dar esse passo sozinha. Porque sozinha dá medo. Porque se falhares o mundo vai rir de ti. Porque vais perder alguns pelo caminho. Mas sabes que mais? Mais tarde ou mais cedo vais perdê-los à mesma. Se não for nesse caminho, será noutro. Por isso, porque não perdê-los no caminho certo? E se no final não for esse o caminho certo, será certamente um atalho para te levar até lá. Ao caminho certo para ti.

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Uganda, março 2018

quinta-feira, março 29

Uganda, março 2018 - o país dos sorrisos

Passaram-se exatamente 23 dias e falta, portanto, precisamente uma semana para embarcar. O que dizer até agora? Tem sido um desafio constante, um misto de emoções e um teste a tudo. Mal pus os pés nesta Terra do Nunca, a minha bagagem teimava em não chegar e a Internet em não funcionar. Aparentemente a UCC (Uganda Communications Commission) decidiu proibir por tempo indeterminado o registo de SIM cards no país. Já não me lembro ao certo o tempo que estive condicionada a encontrar um Wi-fi, algures perdido num restaurante. Felizmente (ou não) o tempo de espera para comer é sempre superior a 45 minutos e, por essa razão, tinha tempo de sobra para me conectar. Isto se, claro está, o iPhone ainda tivesse bateria (o eterno problema, sabem, não é?) já que também não parecia assim tão fácil conseguir encontrar um adaptador. Felizmente a Stella tem sempre uma solução para tudo e o que importa é não stressar e relembrar (sempre) que a maioria das pessoas por aqui não tem sequer um telemóvel, nunca ouviu falar de redes sociais e na verdade só gostariam de ter um colchão para dormir. A maioria não tem um colchão para dormir. As crianças da 22 Stars conseguiram agora um colchão cada uma (aposto que dormem em cada colchão 8 pessoas, no mínimo) e eu dava tudo para vocês verem a festa que elas fizeram. Elas, as mães e toda a comunidade.

Têm sido dias intensos, é um facto. Cheios de peripécias, horas mal dormidas, mas no final do dia carregamos tantos mas tantos sorrisos no peito. Agarramos tantas mãos diariamente e abraçamos tantos corações. Eles e elas acham que lhes saiu a sorte grande. Eu cá acho que só têm, agora, um bocadinho do que merecem. E no meio disto tudo, gosto sempre de acreditar que a mim é que me saiu a sorte grande: por poder ver os seus sorrisos diariamente e por poder (novamente) perceber quão gratos devemos ser pelas nossas vidas.

Na segunda-feira (26 de março) conheci uma Australiana que me perguntou o que fazia por cá. Depois disso disse-me: é tão difícil, não é? Expressar o que sentimos por aqui. Deitar cá para fora e expor por palavras tudo o que vivemos intensamente com estas pessoas. Oh se é. Acenei com a cabeça, quando constatei que não era a única. Vou demorar a conseguir falar sobre isto. Acho que, na verdade, nunca conseguirei pôr por palavras tudo o que vivi, senti, experienciei. E de cada vez que chego por perto, eles correm para me abraçar com toda a intensidade do mundo. Se me sento, tenho logo dois ao meu colo e outros tantos agarrados aos meus braços e pernas e outros a mexer-me nos cabelos e nas unhas. “You are the best best girl/teacher.” Repetem. Vezes sem fim. Mas quando dizem “you are my savior” só tenho vontade de gritar para pararem e dizer de volta “no, I’m not. You are mine.” Porque eles nos tocam no coração e nos mudam cá dentro. E eu sei que nunca vou conseguir passar-vos tudo o que senti por cá. Nunca vou conseguir contar-vos tudo o que vivi por cá. Mas sei que no dia em que me for, um bocadinho do meu coração ficará com eles e sei que terei mudado um pouco.

Como é que alguém consegue viver num quadrado de casa, com uma média de 10 pessoas lá dentro, sem um colchão, sem água quente, sem luz (a maioria) e com (no máximo) uma refeição diária no estômago, perguntam vocês? E acho que a minha melhor resposta a isso seria: porque nunca conheceram outra realidade e porque no final do dia, para eles, tudo o que importa é estarem vivos. E eu só vos posso dizer que sou muito feliz aqui, no meio deles.

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