ACMA | SENTIMENTOS
sexta-feira, fevereiro 17
Hoje falo-vos de um projecto que abracei com muito gosto e paixão: ACMA (A Cultura Mora Aqui), um projecto da autoria da Joana do blog Cor Sem Fim, com o intuito de mostrar que há cultura nos blogues. Todos os meses a Joana apresenta um tema diferente e cada um dos participantes é desafiado a usar a sua criatividade para o adaptar ao seu blog. O tema deste mês é Sentimentos e eu acho que este meu post é um misto disso mesmo: solidariedade, paixão, compaixão, amor, saudade, medo, alegria e tristeza.
Mas este post é mais um bocadinho (grande) de mim. É parte dos meus dias, parte da minha história, é a minha essência no seu todo e hoje perceberão algo que raramente partilho: os meus valores. Alguns de vocês saberão que neste momento tenho 6 animais em casa. três cadelas (Aurora, Pucca e Nina), um cão (Salvador), uma gata (Dory) e um gato (um hóspede, pois o dono foi de férias, o nosso Lazo). E duas outras meninas que apesar de já não estarem lá em casa, pois a minha irmã já não vive connosco, são parte da família: uma cadela (Maisie) e uma gata louca (Freya). E eu sei que para muitos de vocês isto é uma loucura, um autêntico Zoo, que é muito animal junto, muita despesa, muito muito muito... de muito. E para mim também é muito: muito amor, muita paixão, muita compaixão, muita essência e acima de tudo uma grande família. Os meus animais foram todos adoptados ou resgatados de situações precárias. E é isso que define a minha família: compaixão. Tornou-se algo que me ultrapassa porque vai do meu pai, à minha mãe, à minha irmã e a mim mesma. Isto ficando só entre família (gente com um coração imenso), porque há muito mais gente que foi contagiada por este Portugal fora. Já não vos sei precisar quando tudo começou. Mas foi há cerca de 4/5 anos que deixei de comer carne vermelha por opção e acabei por me tornar um tanto ou quanto intolerante. Foi nessa mesma altura que entrei mais a fundo no mundo animal. Sempre tivemos animais lá em casa, desde que me lembro de mim, mas foi aí que comecei a levar para casa animais de rua, do canil e outros tantos casos que me iam chegando às mãos. Dei por mim a ir fazer visitas quase semanais ao canil e sempre que lá havia um animal em perigo de vida, trazia-o. Chegámos a ter 6 bebés a biberão lá em casa, porque no canil acabariam por morrer e a minha mãe viajou até Madrid com um deles. Fomos FAT (Família de Acolhimento Temporário) ainda durante um bom tempinho. Apanhávamos animais (ou melhor, eu apanhava) e levávamo-los para casa para lhes dar um rumo. A maioria das adopções corria bem, mas havia sempre aquelas excepções. Mas foi então que tudo se descontrolou: recebia chamadas com pedidos de ajuda, dezenas de emails diariamente, pedidos caricatos no FB e acabámos por passar por algumas peripécias: desde a bebé que resgatei do canil que morreu à cabeceira da minha cama, ao caniche com 10 anos que foi atacado e ninguém o queria porque mordia e que quando finalmente arranjou uma dona 10* foi envenenado, aos bebés (grandes) encontrados no esgoto que nos valeram umas boas nódoas negras, ou mesmo ao caso da Moita, onde 20 cães foram esquecidos. No meio disto tudo vamos buscar forças a outras pessoas que fazem o mesmo que nós e sim, não vamos salvar o mundo, mas salvamos o mundo desse animal e acreditem: é tão bom. Atualmente recebo cerca de 100 emails diariamente e encaminho para onde me parece mais certo, tenho um grupo de FB dedicado a partilha de animais abandonados (Animal Lovers <3) e sei que ajudo muitos porque conheço muita gente no meio (como o caso da nossa Joaninha ou do Kiko, da Cidinha e do Tupac, patudos que viviam acorrentados e foram para uma grande amiga minha que tem um abrigo em Albufeira, que por sua vez lhes deu um rumo. E já foram ambos adoptados! Tudo graças a duas pessoas maravilhosas que conheço: a Margarida e a Isabel. Uma porque se preocupou em divulgar o caso, a outra porque lhes deu um rumo feliz. Além disso ainda me encarrego de encaminhar pedidos de esterilização e castração para clínicas que fazem preços muito em conta. É uma espécie de corrente do amor, sabem? E não, não faço parte de nenhuma associação e não ganho qualquer valor monetário por isto. Faço-o porque o meu coração assim manda. Se não é amor, é o quê?
E é isto minha gente, um misto de emoções, respirar fundo e agarrar cada dia como único para fazer algo na vida destes animais.
Se quiserem participar no ACMA basta enviarem um email para corsemfim@gmail.com, e a Ju dará toda a informação de que necessitam! E não se esqueçam de passar pelos restantes blogs que participaram neste projecto este mês!
Blogs participantes:
Blogs convidados:
Rodeiem-se de amor e ponham amor em tudo o que fazem, afinal é de amor que este mundo precisa.